Dia Internacional da Mulher…. E a que elas podem brindar?
As mulheres ainda têm salários menores dos que os homens que ocupam o mesmo cargo, encontram menos oportunidade de emprego em algumas áreas do mercado, e, em muitas regiões – no Brasil e em várias nações do planeta -, possuem acesso menor à educação, à saúde, além de enfrentar muito mais desafios para desenvolver carreira na política ou executiva em empresas privadas.
A desigualdade de gênero ainda é gigantesca em vários países do mundo e, no Brasil, a igualdade se arrasta, quase sem movimento, devido a problemas estruturais que se repetem há séculos.
De acordo com resultados do Global Gender Gap Report, que em tradução livre significa Relatório Global de Desigualdade de Gênero, que mede a saúde e sobrevivência, grau de instrução, participação econômica e oportunidades, além de empoderamento político – as mulheres no planeta e no Brasil não sairão do front tão cedo.
O estudo é do Fórum Econômico Mundial que divulga dados todos os anos, desde 2006.
O Brasil ocupa posição bastante ruim no ranking: entre 146 nações, o nosso país figurava em 94º lugar em 2022. Para nossa tristeza, essa posição era melhor em 2020, ou seja, o Brasil está piorando em igualdade de gênero ao invés de melhorar. Vergonhosamente…
O país que está mais próximo de colocar um ponto final na desigualdade de gênero é a Islândia, ocupando o topo da lista do Glogal Gender Gap Report, seguido pela Finlândia, Noriega, Nova Zelândia, Suécia, Ruanda e Nicarágua.
No desempenho por regiões, o Brasil é lanterninha entre as nações da América Latina e Caribe.
A pergunta que não quer calar é: por que os nórdicos estão bem nesse ranking?
Porque aquelas nações desenvolveram políticas de gênero bem estruturadas, bem produzidas e executadas voltadas para o trabalho e para a elevação da participação das mulheres no mercado.
Já no Brasil, as políticas de gênero estão voltadas ao combate à violência contra a mulher, uma vez que no nosso país esse terrível quadro só piora. Ou seja, nem mesmo essas políticas têm surtido efeito.
Segundo levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e Datafolha (divulgado pela Folha de S. Paulo no dia 02 deste mês), 35 mulheres foram agredidas física ou verbalmente por minuto no Brasil em 2022. Sim, por minuto.
A pesquisa apontou ainda que nos últimos 12 meses, 28,9%, nada menos que 18 milhões e 600 mil mulheres, revelaram ter sido vítima de algum tipo de violência ou agressão. Esse índice é o maior da série histórica do levantamento.
No Brasil, o grande problema é a dimensão cultural que se reforça por meio de estereótipos de gênero. Ainda é usual a atribuição do trabalho doméstico às mulheres, bem como o cuidado com as crianças e com os idosos.
As mulheres ainda não são bem vistas – em pleno século XXI -, em determinadas áreas do conhecimento como as de tecnologia, ciência, ou exatas e, infelizmente, as meninas ouvem isso desde muito pequenas, inclusive na escola.
As discussões dos papéis pautadas em gênero mantêm e perpetuam os preconceitos e o machismo, o que facilita aos retrógrados manifestarem falas preconceituosas e machistas, confundindo os absurdos que saem de suas bocas com liberdade de expressão.
Desta forma, por aqui, a alternativa para reduzir a desigualdade entre homens e mulheres, em todos os sentidos, ainda passa pela educação não sexista na escola e ações fora dela.
Isso sem contar com investimento pesado em cumprimento das leis como a Maria da Penha e em projetos como os dos países nórdicos, que favorecem a entrada das mulheres no mercado de trabalho e as estimulam a progredir em suas carreiras, independentemente da área de atuação ou de conhecimento.
Empresas privadas, públicas e todas as esferas de governo precisam ter mulheres na liderança. Somente as mulheres compreendem suas dificuldades em melhorar o lugar delas no mundo.
E como impulsionar isso?
Por meio de cumprimento de leis, de novas regras, que equiparem os direitos como salários iguais entre homens e mulheres e a educação não sexista na escola e em casa.
Infelizmente, mulheres ainda repassam aos filhos os ranços machistas, preconceituosos e limitantes.
Quando educamos de forma diferente o menino e a menina, já estamos perpetuando os estereótipos. É preciso prestar muita atenção às falas e ações dentro de casa. Meninas e meninos têm os mesmos direitos e os mesmos deveres.
Pensem nisso, mulheres! Se nós não fizermos por onde, nada muda.
E você, o que pode fazer dentro de sua casa, comunidade e círculo de amigos para alterar esse quadro?
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Fontes de dados: BBC Brasil e Folha de S. Paulo