Vocês repararam que a educação básica privada está na mira de grandes investidores brasileiros e estrangeiros?
Se não repararam, eis algumas informações: o americano Alan Greenberg, cofundador da Avenues: A Escola Mundial, uma rede global de educação básica, esteve em São Paulo, no mês passado e anunciou o lançamento da unidade brasileira.
Essa escola existe desde 2012, em Nova York, nos Estados Unidos.
O investimento é de 150 milhões de reais, e a escola infantil e de ensino fundamental e médio está sendo construída no bairro Cidade Jardim, na zona Sul de São Paulo, em uma área gigantesca.
O local terá capacidade para atender 2 mil e 100 alunos, que pagarão a bagatela de 7 mil reais por mês, a partir de agosto do ano que vem, já que o calendário da escola irá seguir o da matriz americana.
A decisão de um investidor estrangeiro apostar na educação básica no Brasil coincide com movimento que ganha força há meses.
O bilionário Jorge Paulo Lemann criou o fundo Gera Venture Capital, de 1 bilhão de reais, para investir em educação.
Com 100 milhões, ele montou a Escola Eleva, no Botafogo, Rio de Janeiro, inaugurada no início deste ano, com a intenção de ser referência desse segmento no País.
A ambição de Lemann é a mesma do empresário Chaim Zaher, sócio do Grupo SEB e da Universidade Estácio; e das gestoras Tarpon Investimentos e Bahema, a exemplo de vários outros grupos que estão mirando a nossa educação básica.
A vinda dessas grandes empresas para cá, trazendo com elas expertise e qualidade de ensino é ótimo quando falamos em bons exemplos de como deveria ser toda a rede por aqui.
Porém eu deixo a pergunta: a educação básica de qualidade não deveria ser gratuita e oferecida pelo poder público a todos?
Não deveríamos todos ter esse direito respeitado pelos nossos governantes?
E quem não puder pagar, e muito para estudar nessas escolas, terá competitividade no mercado de trabalho, no futuro?